O Brasil já tem mais de 7,5 milhões de trabalhadores formalizados por meio do cadastro no MEI (Microempreendedor Individual), segundo dados do Portal do Empreendedor.
Porém, o crescimento contínuo de microempresários revela também que a inadimplência neste segmento aumentou 14% em um ano, de 2016 para 2017. No período, 600 mil, em todo o País, entraram para a lista de inadimplentes, aponta um estudo da Serasa Experian. O estudo considera como pequena e microempresa companhias com faturamento anual de até R$ 4 milhões.
Ainda assim, o crescimento entre as micro e pequenas empresas segue em alta, mesmo com a retomada lenta da economia após crise. Estimativas do Portal do Empreendedor mostram que a cada ano cerca de um milhão de pessoas se registram no portal para criar a própria empresa, o que demonstra que a vontade de empreender é uma vontade real de muitos brasileiros.
Uma pesquisa da Mindminers realizada em 2017, com pessoas que já empreenderam e com um grupo que têm intenção de fazê-lo, mostra que 57% dos entrevistados consideram o próprio negócio como a chance de ter a tão sonhada autonomia, seja para os horários de trabalho quanto na tomada de decisões. E entre os que ainda estão ensaiando para o empreendedorismo, 66% também acreditam na autonomia como principal vantagem.
Um dos fatores citados pelo atraso na tomada de decisão para começar o negócio próprio é a falta de capital, representando 29%; 18% citam a falta de conhecimento sobre empreendedorismo, enquanto outros 14% dizem não ter tempo e, 12%, inseguros.
Empreender, portanto, segundo especialistas em gestão e carreira, é desejo comum à maioria, mas não basta ter vontade e uma ideia.
Na definição do Instituto Endeavor, empreendedorismo é a disposição para identificar problemas e oportunidades. E investir recursos e competências na criação de um negócio, projeto ou movimento que seja capaz de alavancar mudanças e gerar impacto positivo.
Então, esqueça a ideia que para empreender há uma “receita de bolo”. A ideia é um fator importante, impulsionador, mas só o momento “eureka” não basta. A fórmula pronta não existe, mas há dicas e critérios que precisam ser seguidos:
O Portal Contábeis elencou algumas. Confira:
1) Motivação e identificação: o empreendedor deve investir em uma área que goste e que tenha algum conhecimento prévio. É preciso ter paixão, pois ela será necessária para criar e para manter o negócio. Só “ouvir o coração”, nessa hora, não ajudará em nada.
2) Distinguir empolgação e vontade real: entenda suas limitações para não empreender baseado na emoção. Não se esqueça que muitas empresas vão à falência depois de um ano porque confiam muito na intuição e se aventuram.
3) Plano de negócios e estudo de mercado: gostando ou não de planejamento, não tem jeito, ele é necessário em todas as etapas, mas principalmente no início. Entender as demandas do mercado, conhecer o ramo, os produtos e os serviços que pretende oferecer, bem como clientes, concorrentes e fornecedores em potencial e, principalmente, os pontos fortes e fracos do negócio é fundamental.
4) Aprendizado e referência: depois de levantar dados e estruturar seu negócio, consulte especialistas periodicamente para aperfeiçoá-lo, mesmo quando tudo estiver dando certo.
5) Criatividade: temos a tendência de usar sempre a mesma informação para resolver qualquer tipo de problema, ou seja, buscamos entre as mesmas ruas iluminadas, por informações conhecidas, vistas e experimentadas. Entretanto, se mudarmos para outras ruas e avenidas, talvez com menor iluminação, pode aparecer algum material novo, ideias ou soluções criativas.
Então, o processo criativo significa combinar informações já armazenadas, porém em um arranjo diferente.
Por Mariana Bruno, para o Portal Contábeis
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